domingo, 24 de junho de 2012

FAZENDO DA NOSSA VIDA UM INSTRUMENTO DE EDIFICAÇAO

“ 13 Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão. 14 Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura. 15 Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu. 16 Não seja, pois, vituperado o vosso bem. 17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. 18 Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens. 19 Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros.” (Romanos 14:13-19 RA) 1) Introdução Os versículos escritos pelo apostolo Paulo no capitulo 14, tratam de nos mostrar que um dos alvos mais importantes da vida cristã é a consciência de que devemos viver para o bem dos outros e não apenas para o nosso próprio bem. E neste aspecto, o cristão mais experiente tem mais responsabilidade em ajudar ao mais novo na fé e ajuda-lo a crescer. Assim, nossa forma de viver deve ser construtiva para outros, levando-os a experimentar crescimento espiritual. Nos versos do capitulo 14, Paulo não esta preocupado em tratar de como deve ser a vida de um cristão na sociedade, mas ao contrário, ele discute acerca de como deve ser a nossa vida na comunidade dos irmãos. Ele esta preocupado com este assunto, porque muitos cristãos na igreja romana estavam vivenciando conflitos causados por diferenças de opiniões (14:1), ou porque alguns consideravam que uma determinada forma de se alimentar era melhor do que outra (14:6) ou um dia mais especial do que outro. Paulo responde a estes cristãos dizendo que: “o reino de Deus não é uma questão de comida ou de bebida, mas de viver corretamente em paz e com a alegria que o Espírito Santo dá.” (Rm 14:17). Paulo nos ensina aqui, que a vida de um filho do reino de Deus, é uma vida de alegria no Espírito. Quando nossas opiniões nos levam a entrar em conflito com nossos irmãos, podemos perder a alegria de sermos filhos do reino. Quando nossa visão pessoal, nossos conceitos próprios, ou nosso eu, nos levam a ter conflitos com outros, podemos perder a alegria de sermos filhos do reino. É por isso, que muitas pessoas estão dentro de igrejas sem experimentar a alegria “...que o Espírito Santo dá”. v.17 Assim amados, a verdadeira essência da vida cristã esta fundamentada em vivermos para produzir o bem em outros. Assim fazendo, estaremos promovendo a glória do reino. Lembremos do que nos ensina Paulo: "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus" (1Co 10.31). 2) É aqui neste ponto de nossa reflexão que iremos tratar de responder a seguinte pergunta: O que devemos fazer para que nossa vida seja um instrumento de edificação para os nossos irmãos? 2.1 Fujamos de juízos precipitados: “não nos julguemos mais uns aos outros...” v.13 Julgamentos precipitados podem trazer profundos prejuízos espirituais para outras pessoas, ou podem nos levar a fazer avaliações erradas trazendo prejuízos para nós mesmos. Ate mesmo homens de Deus podem ser influenciados por juízos precipitados. Quando Samuel foi a casa de Jessé, ele viu Eliabe, um dos filhos de Jessé e julgou que Eliabe era a pessoa escolhida por Deus para governar Israel. (I sm. 16:6). Deus lhe responde: “Não se impressione com a aparência nem com a altura deste homem. Eu o rejeitei porque não julgo como as pessoas julgam. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração.” Samuel poderia ter tomado uma decisão errada se continuasse a ser conduzido pelo seu próprio julgamento. Quando Ló viu as campinas do Jordão, seu julgamento lhe fez escolher as terras que ele achava que eram melhores. As terras que julgou como ruins, deixou para Abraão. Seu julgamento precipitado lhe fez fazer a escolha errada, e mais tarde aquelas terras foram destruídas com fogo e enxofre, pois ali surgiram pessoas ímpias que construíram cidades como Sodoma e Gomorra, conhecidas pela imoralidade e pecado. Quando Eva viu a arvore do conhecimento do bem e do mal, julgou precipitadamente que seus frutos eram bons para se comer. Seu juízo lhe fez pecar gravemente contra Deus e perder muitos dos privilégios que tinha no Edem. Aprendamos a pedir discernimento a Deus sobre pessoas e circunstancias para que não venhamos a pecar contra Deus. 2.2 Tenhamos sempre como meta viver em amor: “...Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal.” V.15 No contexto deste verso, Paulo esta dizendo que se fazemos alguma coisa que entristece o nosso irmão então não andamos mais em amor fraternal. Para entendermos o que é o amor fraternal precisamos compreender como Deus nos ama: Deus nos ama, apesar de nossos inúmeros defeitos e pecados. João 3:16 diz que Ele amor ou mundo e deu seu filho unigênito. Ele fez isso por causa de seu amor, mesmo sabendo que nós somos pecadores. Deus nos ama, apesar de sermos fracos e inconstantes. Pecamos constantemente contra Deus, mas apesar disso Ele permanece fiel. João nos ensina que “Deus é amor” (I jo. 4:8). Assim, tudo que Deus realiza em nosso favor é por causa de seu amor. Paulo escreve em Rm. 5:8: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”. Portanto, se Deus no ama, apesar de sermos fracos, falhos e muitas vezes inconstantes, então devemos amar àqueles que julgamos ser mais fracos. Quando fazemos isso, estamos agindo como Deus age em relação a mim e a você. 2.3 Procuremos sempre o que promove a paz: “...Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros.” V.19 “Conta-se que certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz. Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados. O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar acariciadas por uma brisa suave. O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu. O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos. Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo. Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate: - "Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?" E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse: - "Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranqüilamente?" O juiz ponderou: - "Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos permite repousar tranqüilos". Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de entender, pois a presença do evangelho em nossas vidas faz exatamente isso. Essa presença promove um cenário de paz em meio a situações de tempestade ou guerras. O reino de Deus é um reino de paz. Pessoas que promovem perseguições e conflitos em nome da religião não estão agindo como genuínos representantes do reino de Deus. Paulo recomenda-nos em Romanos 14:19: “Por isso procuremos sempre as coisas que trazem a paz e que nos ajudam a fortalecer uns aos outros na fé”. Vivemos num mundo onde há conflitos entre países. Nos países oriente médio temos visto ultimamente muitos conflitos ocorrerem e milhares de pessoas tem perdido a vida. Há muitos conflitos nas famílias. Divórcios tem aumentado cada vez mais. Muitos não conseguem mais viver para superar seus conflitos. Preferem optar pela separação. Temos visto filhos em conflitos com seus pais. Alguns até tiram a vida de seus pais. Presenciamos a falta de paz em muitos setores da sociedade. Alias, a ausência de paz, será uma das características dos últimos dias. Jesus profetizou que haveriam guerras e rumores, pais contra filhos e filhos contra pais. Minha para você nesta ocasião é: Neste contexto, será que temos vivido como promotores da paz? Será que em situações de conflito agimos para estabelecer a paz ou nos comportamos de outra forma? Em 1 Coríntios 14:33 o apostolo declara: “...pois Deus não quer que nós vivamos em desordem e sim em paz. Como em todas as igrejas do povo de Deus...”. 3) Conclusão Falamos nesta ocasião, que devemos transformar nossas vidas em um instrumento de edificação. Para isso precisamos fazer pelo menos três coisas: Fugir de julgamentos precipitados, viver em amor e sempre procurando promover a paz. Em Romanos 15:2, Paulo nos desafia: “Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.” Vivamos para produzir o bem e a edificação dos nossos irmãos. Afinal, a verdadeira vida cristã tem isto como um de seus grandes objetivos. Que nos abençoe!

domingo, 10 de junho de 2012

SUPERANDO A CRISE DA FALTA DE DIREÇAO

TEXTO BÁSICO: Salmo 23.3 INTRODUÇÃO Penso que um dos momentos mais estressantes da vida é aquele em que temos de tomar decisões. Os momentos de indecisão geram angústia e ansiedade, isto porque queremos ser bem sucedidos em nossas escolhas. São tantas as situações, em que às vezes nos encontramos, nas quais desejamos saber qual é a vontade de Deus para nós. Com quem casar? Que profissão devo seguir? Devo vender aquela casa? Devemos ter mais um filho? Será que devo aceitar esta proposta de emprego? Sem querer antecipar respostas, podemos dizer que toda vida de verdadeiro êxito tem de ser planejada por Deus. “Por mais cuidadosamente que elaboremos o nosso próprio padrão, por mais sinceros e consagrados que sejamos, certamente faremos a escolha errada se não tivermos a orientação divina”. Deus vê o futuro que não conseguimos ver. Ele vê os abismos, e por isto mesmo pode seguramente nos orientar e guardar de tropeços. Vejamos quais são os métodos que Deus usa pra nos ajudar a tomar decisões acertadas na vida. Antes é necessário que se diga que a ordem desses passos é importante. 1. DEUS NOS ORIENTA PELAS SAGRADAS ESCRITURAS A Bíblia é um dos métodos que Deus usá para nos dirigir dentro de sua vontade. No texto de 2 Tm 3.14-17 Paulo nos ensina quatro verdades sobre a Bíblia; 1.1. Ela nos foi dada para nosso aprendizado. Vemos nas Escrituras, orientações de como devemos agir, como por exemplo: no namoro, como ganhar dinheiro, relacionamento marido-mulher, amizades etc. 1.2. Ela nos foi dada para nossa repreensão. A ideia é que Deus nos “força a voltar para Ele”. 1.3. Ela nos foi dada para nossa correção. 1.4. Ela nos foi dada para a nossa educação em justiça. Nenhum desses benefícios alcançaremos se não lermos a Bíblia. Quando a lemos vamos tomando conhecimento daquilo que Deus quer fazer em nós (Salmo 119.35,105). 2. ESTEJA DISPOSTO A OBEDECER A DEUS (Rm 12:1-2) Em outras palavras, mantenha-se dentro dos limites da vontade já revelada de Deus. Há muitas orientações seguras nas Escrituras. É verdade que na Bíblia não se diz se alguém deve se casar com a morena ou com a loirinha, mas há informações com quem não devo casar (2 Co 6.14,15). Não existe nada sobre se devo aceitar este ou aquele emprego, mas tenho diretrizes de como ganhar dinheiro, e preciso obedecer a estes princípios já revelados. Precisamos estar submissos à vontade de Deus já conhecida e revelada (Rm 12.1-2). Quando nos submetemos a Deus, conhecemos sua vontade (SI 37.4). 2. BUSQUE CONSELHOS COM PESSOAS TEMENTES A DEUS (Pv 12.15; 15.22; 19.20) Quem toma decisões sozinho é tolo. É preciso ser humilde para consultar outros. Mas é preciso dizer que estes conselheiros precisam ser fiéis, pois quem busca conselheiros de sua conveniência está enganando a si mesmo. O erro de Roboão foi ouvir conselhos de gente errada (1 Reis 12). 3. PEÇA SABEDORIA A DEUS Sabedoria é a capacidade de fazer uso do conhecimento; combinar discernimento com conhecimento. Sabedoria é mais que conhecimento, é como eu aplico o conhecimento adquirido. Paulo em Cl 1.9 ora da seguinte maneira: “Que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual” (grifo da citação). A oração é o caminho para se conseguir esta sabedoria (Tiago 1.5). “Se, porém, alguém de vós necessita de sabedoria peça-a a Deus...” Não ter uma vida de oração, é tentar caminhar no escuro; não vejo os buracos e acabo caindo neles. 4. DESCANSE NA SOBERANA PROVIDÊNCIA DE DEUS (Pv. 16.1) Nada acontece ao cristão por acaso. Com Deus nunca há acidentes, pois com ele tudo acontece por desígnio. Na vida temos que aprender a esperar e obedecer. Os métodos de Deus geralmente parecem inexplicáveis, se não irracionais, porque ocasionalmente eles nos colocam em situações às quais pensamos não pertencer ou em que não desejamos estar. Se Deus age assim, ele tem motivo para isso. O propósito talvez não seja aparente de imediato, mas ele cooperará no final para o nosso bem (Rm. 8.28). Às vezes não importa o quanto nos esforcemos, as coisas não saem como planejamos (Tg 4:13-17; At 18:21; 16:7; Rm. 1:10). Temos que descansar na providência divina. A boa notícia da providência é que Deus está cuidando de nós (1 Pe 5.7). Deus nunca permite que pessoas que buscam agradá-lo, que são tementes, oram, buscam conselhos, leem a Bíblia, venham a ser quebradas pelas decisões erradas na vida. Creia que Deus tem um plano para nossa vida e cada circunstância de nossa caminhada, contribui para este plano que Deus tem para nós. Deus tem o melhor. 6. USE SUA CAPACIDADE DE AVALIAÇÃO (At 15.22) Deus nos deu um cérebro e espera que o usemos. É preciso apelarmos para o “bom senso”, a inteligência. É preciso pensar e não agir por impulsos; é necessário avaliar as consequências, e estudar os casos precedentes. Será que faz sentido esta decisão? Qual a melhor coisa a fazer neste momento? Que consequência isto trará? Tem lógica o que pretendo fazer? A razão, a lógica, e o bom senso, está no final da fila como um instrumento de auxílio para a tomada de decisões coerentes. Entretanto, uma vez que sou sensível à direção de Deus, usarei minha razão com bom senso sempre estando de acordo com os sinais que Deus me dará para revelar a sua vontade. Um exemplo de uso desta capacidade de avaliação é uma pessoa que está em dúvida se sai ou não do emprego atual. Ela poderá decidir sair ou não, se tiver uma outra proposta, caso contrário, terá muitas dores. Então deve orar, e perceber qual vontade de Deus, e usar o bom senso e avaliação para não tomar uma decisão precipitada. 7. Conclusão Estudamos que Deus nos orienta pelo uso correto da Bíblia, pela nossa disposição em obedecê-lo, pelo conselho de pessoas fiéis, pela oração, por sabedoria, pela sua divina providência e pelo uso do bom senso. É possível fazer tudo isto e mesmo assim ainda ter algum grau de dúvida sobre a direção que Deus quer dar. Neste caso, podemos estar certos de que não importa quais sejam as decisões que tomaremos, Deus estará cuidando de nós.